sábado, 4 de setembro de 2010

SINESTESIA

Sinestesia, é uma coisa que toda criança possui.. mas que quando crescem, alguns vão perdendo, porem algumas pessoas (assim como eu!) ainda carregam esse "disturbio"  que nada mais é que a transferência de percepção de um sentido para outro, isto é, a fusão num só ato perceptivo, de dois ou mais sentidos, sinestesia não é uma doença, é uma condição neurológica que é experimentada pelos sinestetas como natural, automática e prazeirosa (com raras exceções) – e não causa nenhum tipo de compromentimento funcional. Sinestetas não perdem as impressões sensoriais normais, apenas experimentam simultaneamente sensações adicionais a estímulos que não sinestetas experimentam isoladamente.Aqui vão alguns exemplos do uso da sinestesia na literatura...


A sinestesia é usada em Literatura desde a Antiguidade Clássica, entrou na moda no século XIX, graças a Baudelaire (1821-1867) e os partidários de uma ruptura com a estética clássica. Os poetas simbolistas e pré-simbolistas propõem um retorno ao subjetivismo e à sensorialidade em oposição à objetividade científica e ao materialismo e é neste contexto que a sinestesia foi um dos recursos mais típicos do Simbolismo:

 
"Os carinhos (tato) de Godofredo não tinham mais o gosto (paladar) dos primeiros tempos." (Autran Dourado)

"O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, deixando-lhe o odor e a delícia da tarde." (Gabriel Miró)

"Que tristeza de odor a jasmim!" (Juan R. Jiménez)

"Insônia roxa. A luz a virgular-se em medo. / O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou / Gritam-me sons de cor e de perfumes." (M. Sá-Carneiro)

"[...] entravam claridades cinzentas e surdas,..." (C. Lispector)

"Som que tem cor, fulgor, sabor, perfume." (Hermes Fontes)


Nenhum comentário:

Postar um comentário